domingo, 28 de novembro de 2010

Air Monsters Show Brasil

 

Burns, o campeão do 1 Desafio Air Monsters, num Fs 360 Air.
                                                                    Fto. Rafael Calsinski



                                                                     

 “Denomina-se cultura punk os estilos dentro da produção cultural que possuem certas características comuns àquelas ditas punk, como por exemplo o princípio de autonomia do faça você mesmo, o interesse pela aparência agressiva, a simplicidade, o sarcasmo niilista e a subversão da cultura.” 

Essa definição aplica-se, de fato, aos moldes do Desafio Air Monsters Show Brasil. Estalo de atitude após um insigth entre dois amigos. Rodrigo “Baby” Valladares e Ricardo Wendhausen em meio a uma sessão de tatuagem aplicada pelo também surfista e tatuador, Gustavo Nastasi, tiveram a idéia de reunir os amigos e surfistas mais “monstros” nas manobras aéreas para o desafio que até então desenrolaria-se em um dia, numa praia sem crowd, com uma premiação em dinheiro e mais as pranchas de todos os derrotados.

                                                                                             
Foi exatamente isso o que aconteceu, ou quase isso. A idéia de início contagiou alguns e deixou certo ar de perplexidade a outros, dado os moldes do evento, que se encaixam perfeitamente a denominação e significado da cultura punk. A idéia não girou em torno desse tema, apenas se mostrou assim naturalmente, a medida em que a idéia foi se tornando fato. Ao mesmo tempo em que pode ser triste o não comparecimento de amigos esperados e por lesões sofridas por alguns surfistas como Rodrigo Generik, Wellington “Gringo” e Gustavo “Tigu” Araujo, o desafio fluiu de uma forma tão simples, direta e verdadeira, que criou expectativas para novas versões e critérios - sem nunca abandonar a idéia de liberdade e democracia entre todos os presentes – que valorizem exclusivamente os participantes envolvidos no desafio.

 Icaro Rodrigues ficou em segundo com um Fs 360 Air mas poderia ter ido mais longe se tivesse algumas cabreiras como esse Fs Hand Varial.
Fto. Rafael Calsinski


Gustavo "Nast" voltou os aéreos no mar de ondas não muito boas.Bs Air.

Fto. Henrique Galluci









No dia  28 de junho cerca de  10 pessoas compareceram para tentar mandar o melhor aéreo do dia no Desafio Air Monsters mas as condições em Tijucopava, Praia ao norte do Guarujá, não estavam a espectativa de todos e apenas rolou um treino e uma caída entre todos presentes para tirar leite de pedra nas marolas de água salgada que rolavam. O destaque foi Ícaro Rodrigues com seu Shrink Wrap, e seu  Fs Shove it Grab, assim como os combos de Switch Varials de Rodrigo “Generik”. Como o campeonato não rolou, valeu o “rolê” e a tentativa. Claro, todos concordam que o mar deve ter boas ondas para voar, rampas.  Amigos do Rio como Léo Hereda e Guilerme “Tripa” voltaram para casa e assim como o próprio Ricardo Wendhausen , que não estaria tão envolvido na execução da idéia até então,que  foi para o Sul.

  Bryan Franco tem talento e mostrou que Bs Airs 360 estão na base do seu surfe. 
                                                                                                                                                                Fto. Henrique Galluci



Reunião entre amigos, mar sem crowd, açai e sanduíches, e valendo uma boa grana. Esta bom né!? Vai ser melhor.
                                                                           Fto. Marcelo Bicudo
   Um dia após o feriado de finados, dia que para muitos é sinônimo de ressaca e trabalho, aconteceu, em ondas maiores que na primeira ocasião, o Air Monsters Show Brasil e assim como na primeira tentativa de realizar o desafio, cerca de 10 % do numero sonhado pelo idealizador, compareceu e caiu na água em duas “quedas” de 1:40 min. Valendo, independente de qual delas, o melhor aéreo. Premiação para os quatro melhores aéreos e se deu bem melhor que os outros Fabio “Burn´s”, Indiscutível. Voltou um Fs Superman (vencedora) na base, na primeira queda e um Fs 360 Air  voltando no seco/flat da onda na segunda. Ícaro Rodrigues mandou um Fs 360 Air perfeito na primeira queda e só não meteu a mão na grana do Burn´s  por não ter voltado um Bs Superman muito alto. A discórdia visitou os postos do terceiro e quarto  lugares e foi preciso ver e rever, discutir e argumentar o porque do “meu aéreo foi assim...” ou “ o meu foi empanado...” e acabou que o conscenço , com relutância para uns - pois Tico Oliveira já parecia estar entre os


Tico Oliveira foi bem no Desafio e por pouco não saiu com premiação da praia.
                                                              Fto. Rafael Calsinski


quatro finalistas mas levou em consideração a decisão com cavalheirismo - definiu a grana do terceiro lugar (R$ 300) para o Fs Double Grab de Gustavo Nastasi e os duzentinhos (R$ 200) reservado para o quarto melhor aéreo para Bryan Franco e seu técnico e de muita boa rotação, Bs 360 Air. Burn´s, pelo numero de Surfistas que compareceram, levou cerca de R$ 2.300 e ainda levou duas pranchas novas além de seu toco voador - a inscrição era a prancha usada no campeonato ou R$ 150 em dinheiro, que seriam revertidos junto a mais R$1500 dos R$2.700, oferecidos pela Local Motion. Igual (=) : quanto mais gente, maior a premiação - que voou mais que todas as naves no dia e acabou por apostar tudo e  levar todo o primeiro prêmio.  Todos os quatro ainda ganharam óculos Black Flys e mesmo os outros surfistas que mandaram e arriscaram vários aéreos nas ondas balançadas, curtiram o dia, fizeram imagens e fotos com três filmakers e três fotógrafos, comendo açaí, frutas e sanduíches oferecidos pelo Bar e Restaurante D´Boa durante o dia todo na praia. 

  Clayton saiu de Uatuba e foi o primeiro a mandar um rodando (Fs 360 Air) de responsa. Pena ter sido antes do inicio do Desafio, pois certamente estaria entre os premiados.
                                                                                                                                   Fto. Henrique Galluci


 Rodrigo "Baby" em meio a correria de organizar e executar o Desafio, ainda arriscou seus Bs Varials Grab e Fs´s 360 Air mas acabou não voltando suas manobras.
                                                                             Fto. Henrique Galluci


Clayton, "Nast", Icaro, Bryan, "Burns", "Tico" E "Baby".             Fto. Henrique Galluci
Bs Super varial grab, puerto escondido 2010.


segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Fs  tubo Padang Padang

Rodrigo Baby

    

Esse video está no portal da QUELIFESTYLE , um mix de tubos e manobras em Bali, Peru e Brasil  no qual se encontram imagens inéditas e algumas já usadas em alguns clips. Produzido e  editado  por Gustavo Camarão com imagens adicionais de Nast e Rad........

quinta-feira, 11 de novembro de 2010


Mais um tubo em minha onda preferida de Fernando de Noronha, Boldró. Eu gosto dessa foto - e mais algumas outras feitas pelo Gennari nessa temporada - por ela ser Cromo e é difícil para um leigo como eu explicar qual a diferença dela para uma Digital, mas o fato é que eu vejo ou "sinto" uma nitídêz que não me é visível nas fotos digitais. Gosto de todas as boas fotos digitais, ou não, mas por algum motivo sinto um grande prazer em ver essas fotos.

 Em meados de Abril de 2006 encontrava-me em uma surfe trip ao Sul do país, hospedado na casa de Gebriel "Fuca", já na companhia de Cassio Sanches e os video maker´s Marcelo Dada e Eduardo Duda, que na ocasião dessa manobra encontrava-se dormindo, pois as tentações das noites de Floripa o haviam deixado mal para acordar pela manhã. Eu, Cassio e Dada, chegamos por volta das 7 da manhã no Riozinho e o sol já começava a estalar a leste e as ondas estavam na média de 1 metro. Água verde, gelada e direitinhas corriam pela bancada à força da correnteza. Rendeu.





Essa manobra e todas as ondas dessa barca para o sul do Brasil, estará em minha sessão no filme Trash Trick´s 3, produzido e editado por Gustavo Nastasi e Rodrigo " RAD" Duarte.
Fs 360 Grab Air. Félix
Fs Air 360 Grab na mesma sessão do double, no Felix.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010


  Leeeeeendaaa . . . Assim diria Caramujo Sonolento se soubesse, assim diz uma galera quando o assunto em questão é o filme Demolition, de autoria de Tchô Mondego. Acho que até o próprio Tchô vê uma certa lenda nisso e ela já esta formada, mas o que sabemos também é que Tchô tem imagens, muitas imagens, datadas a partir da virada do millênio, de muita gente, fazendo um surfe de altíssima performance a quase 10 anos atrás. Como vemos no preview, Sino ainda tinha cabelo e prova que os aéreos sempre foram poderosos em seu surfe. Riquinho com uma só tattoo já estava fazendo uma sessão pesada com Fs´s 360 full já naquela época. Baby e Gringo ainda carregavam os logos de uma marca que soou como enganação na epoca e se provou isso mesmo nos dias de hoje, mesmo assim, também já ditavam os rumos do surfe moderno no Brasil. Um filme diretamente ligado ao abandonado estilo punk rock, ligado diretamente a evolução do surfe moderno nos anos 90. Impossível não lembrar dos filmes da produtora Snapping Turtle productions (Voluptuos, Psicho Ward,Addicted,etc), Filmes das marcas também americanas, SMP e Black Fly´s e da ...Lost Enterprises (antes de se transformar em marca de roupas). Não se sabe muito bem o que Tchô pretende com seu arquivo de imagens mas sabe-se que ele é muito bom dentro de seu estilo de edição e é uma pessoa muito criativa e agora esta na ativa, depois de um periodo de estudos e reflexão.
Existe uma lenda, mas ao contrário de duendes, papai noel e dragões, ela existe.

terça-feira, 9 de novembro de 2010


Tijucopava versus Quebra-Mar, qual estava mais marola? Muitos de nossos dias de surfe são marcados por dias como esse e até de flat total. No Brasil difícilmente pegamos aqueles dias, aquelas ondas, mas somos muito bons no que fazemos por aproveitar as condições tais como elas estejam. Estar com os amigos e vivendo a vida com o surfe é um prazer e uma oportunidade a qual sou grato pelo resto da vida, por isso sempre que me pego reclamando das condições tento me lembrar disso. Mesmo conseguindo mandar altos aéreos em nossas ondas é essencialmente nescessário viajar. Picos de ondas perfeitas e ondas mais pesadas e tubulares estão entre as coisas mais importantes na vida de nós surfistas e por isso não vejo a hora de estar surfando em um pico irado outra vez, mesmo tendo que ficar longe da minha familia por um tempinho. Planejo em breve estar caindo de roupa de borracha em um dos lugares onde sempre quis mais conhecer. Por enquanto, vou caindo por aqui mesmo, sempre procurando a melhor condição.


Surfers:
Riquinho
Baby
Pinguin
Nast



sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Andy Irons em nossas memórias para sempre.









Inspiração é algo que move o meu surfe desde que comecei a entender e a praticá-lo como realmente ele é. Acredito que todo surfista se inspire, primeiro no surfe e em segundo no dono desse surfe.
Não me recordo bem qual foi a primeira sessão de filme em que vi Andy irons surfando, sei que desde a primeira vez, eu já vi que seria uma das minhas fontes de inspiração.

Não acreditava que ele viesse a se tornar campeão mundial, não pelo surfe, mas por sua atitude agressiva, dentro e fora da água e eu gostava disso porque eu me sentia também um rebelde por não me adaptar ao perfil de um atleta/competidor. Seu surfe era fato, verdade pura, estilo e harmonia. Aéreos modernos, linha poderosa e tubos, tubos bizarros! de back e de front. Tudo, Pipeline,Tahiti, Jefrey´s Bay, Trestles, Arica, Barra de La Cruz, a porra toda, tudo, no mundo todo, e me surpreendeu quando, já dentro do WCT (naquela época) ele começou a fazer os resultados. Com o passar do tempo se tornou tri-campeão mundial e meio que se mudou para o outro lado mas haviam resquicios dessa rebeldia em algumas atitudes e declarações feitas.

andy_cardsSuas performances eram impressionantes e muitas delas (pra não dizer todas, porque não vi tudo isso) se tornaram clássicas, com muita grandeza e isso é algo que poucos podem alcançar. Comecei a me lembrar dos tubos em Teahuppo e não parava de vir imagens; como se fosse um filme; em pé em qualquer tamanho, deep,  atrasando; atrasado, acelerando; sendo baforado, de grab, largado ou de braços abertos. Seu estilo e capacidade para dominar todo o tipo de  situação era visível e provável a cada surfe seu e todos podem ver uma infinidade de filmes, de ondas, de manobras, aéreos e tubos em quase todos os picos que já se ouviu falar. Para mim, o mais monstro que estava no tour, o fora da lei que conseguiu triunfar no sistema, mostrando a todos nós como é que se surfa e por isso, além do cara ser meu ídolo - no melhor sentido da palavra - eu só tenho a agradecer pelo prazer e oportunidade de ter vivido e presenciado toda a época em que ele se projetou para o mundo e muito mais por ter me instigado e de ter me mostrado o caminho para elevar o nível de minhas performances e de minhas manobras, pois os aéreos

sempre fizeram parte de seu pesado arsenal. Ídolo master de muitos surfistas underground. Foi um baque enorme  e uma tristeza muito maior receber a triste e estranha notícia de que Andy havia morrido. Como foi, o porquê, se fosse assim ou se fosse assado, isso não interessa, isso diz respeito a seus familíares e amigos próximos, o unico fato concreto nisso é que nunca mais o veremos surfar, não existirá uma nova parte em um filme e como Tom Curren, permanecerá tri-campeão mundial, mas a lenda viva que até três dias atrás estava entre nós, atingiu o seu ultimo e um dos mais elevados  níveis a que um ser humano pode chegar, se tornou um mito e assim como muitos presenciaram as performances de Jimi Hendrix, Black Sabbath (a banda não existe mais),  Keenan Milton, Kurt Cobain, etc, eu tive a honra de viver e presenciar toda sua época.  Onde Andy esteve; jamais será esquecido, onde ele está; há um universo a se explorar. "Andy Irons, estai entre nós".

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                                           A.I. 1978/ 2010